AS 15 MAIORES MÚSICAS
INTERNACIONAIS DE TODOS
OS TEMPOS PELA REVISTA
ROLLING STONE
CRÉDITOS DO MESTRE
RSTONE
Em 2004, a revista norte-americana Rolling Stone pediu a um grupo de 162 pessoas, dentre as quais, artistas, produtores, executivos da indústria fonográfica e jornalista especializados, para escolher as maiores canções de todos os tempos.
Em 2009, a famosa revista solicitou a outro grupo de mais 100 jornalistas que escolhessem as melhores canções da década de 2000. O resultado das duas pesquisas geraram a edição especial As 500 Maiores Músicas de Todos os Tempos, lançada no início de 2010 lá nos Estados Unidos, e que teve sua tradução similar lançada aqui no Brasil, em abril deste ano.
As 15 primeiras canções desta espetacular lista estão selecionadas aqui, numa espécie de CD especial, com capa e contracapa para colecionadores e pesquisadores da música pop em geral.
Segue também um pequeno resumo dos comentários feitos pelos editores da Rolling Stone para cada música, para que você conheça um pouco da história de cada cada canção.
Aproveite para baixar e criar seu próprio disco destas com estas 15 pérolas, classificadas como as melhores músicas de todos os tempos pela crítica internacional. Divirta-se.
AS 15 Canções
01 - Like A Rolling Stone - Bob Dylan (1965)
A coisa mais impressionante sobre “Like A Rolling Stone é o quão inovadora ela era: a voltagem impressionista da linguagem de Dylan, a acusação intensamente pessoal em sua voz (“Ho-o-o-ow does it Fe-e-e-el?”), a carga apocalíptica do órgão gospel de garagem de Kooper e as espirais afiadas da guitarra Telecaster de Mike Bloomfield, os desafiadores seis minutos de duração da tomada matriz feita em 16 de junho de 1965. Nenhuma outra canção pop desafiou e transformou tão completamente as leis comerciais e as convenções artísticas de seu tempo, por todos os tempos.
02 - I Can't Get No Satisfaction - The Rolling Stones (1965)
“É o riff que se ouve ao redor do mundo”, disse Steve Van Zandt, guitarrista da E Street Band, de Bruce Springsteen. “E é um dos mais antigos exemplos de Dylan influenciando os Stones e os Beatles – o grau de cinismo, e a idéia de trazer mais letras pessoais da tradição do folk e do blues para a música popular.”
03 - Imagine - John Lennon (1971)
John Lennon escreveu “Imagine”, sua maior dádiva musical para o mundo, em uma manhã de 1971, em seu quarto, no Tittenhurst Park, sua propriedade em Ascot, Inglaterra (...) Lennon sabia que tinha composto algo especial. Em uma de suas últimas entrevistas ele declarou que “Imagine” era tão boa quanto qualquer coisa que ele havia escrito com os Beatles. Sabemos que é melhor que isso: um duradouro hino de conforto e promessa que nos tem sustentado por períodos de extrema dor, do choque pela morte do próprio Lennon em 1980 ao horror indescritível do 11 de setembro de 2001. Hoje é impossível imaginar um mundo sem “Imagine”. E precisamos dela, mais do que jamais sonhamos.
04 - Whats Going On - Marvin Gaye (1972)
What’s Going On” é um apelo em nome do planeta Terra, cantado por um homem no auge de sua crise. (...) Inicialmente rejeitada por não ser comercial, “What’s Going On” foi a conquista mais preciosa de Gaye, uma eterna dádiva de cura. Mas a almeijada paz jamais veio: em 1º de abril de 1984, o cantor morreu em uma discussão familiar – vítima de tiros disparados por seu pai.
05 - Respect - Aretha Franklin (1967)
Otis Redding compôs “Respect” e gravou a canção para o selo Volt em 1965. Mas Aretha Franklin tomou posse da música para sempre com sua cover definitiva, feita no estúdio nova iorquino da Atlantic, no Dia dos Namorados de 1967. “Respect” foi seu primeiro sucesso a chegar ao número 1 das paradas, e o single a estabeleceu como Rainha do Soul.
06 - Good Vibrations (stereo) - The Beach Boys
“A palavra ‘vibrações’ me assustava”, contou Brian Wilson certa vez, relembrando como, quando ele era criança, sua mãe, Audree, tentou explicar a ele por que os cães latiam para algumas pessoas e não para outras. “Um cachorro sente as vibrações das pessoas, algo que não se pode ver, mas se pode sentir. O mesmo acontece com a gente.”
“Good Vibrations” extraiu essa energia e a transformou em um raio de sol eterno. “É uma canção muito espiritual”, Wilson disse depois de seu lançamento, “e eu quero que ela passe boas vibrações”.
07 - Johnny B. Goode - Chuck Berry (1958)
“Johnny B. Goode” foi o primeiro sucesso de rock and roll sobre o estrelato no rock and roll. Ainda é a maior canção do rock sobre a democracia da fama na música pop (...) é o exemplo da poesia de Chuck Berry em movimento. A base rola com a força de um trem de carga enquanto o dedilhado golpeado de Berry no refrão soa, como ele mesmo coloca, “like a-ringin’ a Bell” (“como um toque de um sino”) – a descrição perfeita de como uma guitarra pode fazer você se sentir no topo do mundo.
08 - Hey Jude - The Beatles (1968)O single norte-americano de maior sucesso dos Beatles – nove semanas na primeira posição – foi também o de maior duração: sete minutos e 11 segundos. Durante as sessões de gravação, o produtor George Martin foi contra a duração, alegando que os DJ’s não a tocariam nas rádios. “Eles tocarão, se forem os Beatles”, retrucou John Lennon. Paul McCartney compôs “Hey Jude” em junho de 1968, cantando para si mesmo a caminho de uma visita a Lennon. As primeiras linhas eram, McCartney contou certa vez, “uma esperançosa mensagem para Julian (filho de Lennon e sua primeira esposa, Cynthia): vamos lá, cara, seus pais se divorciaram. Sei que você não está feliz, mas você vai ficar ok”.
09 - Smells Like Teen Spirit -Nirvana (1991)
A canção“Smells Like Teen Spirit” foi batizada com este nome em homenagem a um desodorante para garotas, e foi a tentative do compositor e vocalist do Nirvana, Kurt Cobain, de “compor a canção pop definitiva”, disse ele, usando a dinâmica calma-gritaria de sua banda favorita, os Pixies. Os ganchos insidiosos também mostraram sua admiração por John Lennon. Cobain “tinha a dicotomia da raiva punk e a alienação”, disse o produtor da música, ButchVig, “mas também aquela sensibilidade vulnerável do pop. Em ‘Teen Spirit’, muito dessa vulnerabilidade está no tom da sua voz.” Essa canção varreu do mapa de um dia para o outro toda a bobagem que restava dos anos 80.
10 - What'd I Say - Ray Charles (1959)
Ray Charles, o homem que eles chamavam de “O Gênio” literalmente compôs “What’d I Say” em frente a uma platéia, no fim de 1958 ou no começo de 1959. (…) “What’d I Say” pode não ter sido muita coisa enquanto música – um punhado de versos curtos, sem conexão, o refrão e aquela ponte – porém, 55 anos mais tarde, ela ainda proporciona uma doce libertação.
11 - My Generation - The Who (1965)
O guitarrista do The Who, Pete Towshend, supostamente compôs “My Generation”, seu imortal grito de ‘foda-se’ para a geração mais velha, no seu 20º aniversário, no dia 19 de maio de 1965, no trem de Londres para Southampton, quando estava a caminho de uma aparição em um programa de TV (...)
“My Generation” passou por meses de arranjos e regravações aantes que o Who acertasse o ponto, em duas tomadas, em 13 de outubro de 1965. Towshend abre a música com um assalto de dois acordes que anteciparia o punk rock por mais de uma década.
O baixista John Entwistle executou seus solos com agressividade firme e crua – teve que comprar três novos baixos para terminar a gravação, uma vez que as cordas de seu Danelectro insistiam em quebrar e cordas novas não estavam disponíveis (no fim ele acabou tocando com um Fender).
A performance uivante e espasmódica de Roger Daltrey, os vocais de apoio e Towshend e Entwistle, inspirados no R&B, e as crescente mudanças de notas criaram uma vívida ansiedade acumulada que atingiu seu clímax com uma recriação em estúdio da destruição de equipamentos que o Who fazia nos shows ao vivo, com Towshend espirrando microfonia sobre a avalanche percussiva da bateria de Keith Moon.
Quatro décadas depois, Towshend e Daltrey são tudo o que restou do Who original, e eles ainda tocam “My Generation” em todos os shows – agora com o fogo e a sabedoria da idade.
12 - A Change Is Gonna Come (1964)
Em 1963, Sam Cooke – primeiro grande cantor de soul Americano e um bem-sucedido artista pop – ouviu uma música que o inspirou e perturbou profundamente: “Blowin’ in the Wind”, de Bob Dylan. O que chamou a atenção de Cooke foi o desafio implícito no hino de Dylan. Cooke refletiu: “Um rapaz branco escrevendo uma música dessas?”
A resposta de Cooke, “A Change Is Gonna Come”, gravada em 30 de janeiro de 1964, com um suntuoso arranjo de orquestra, era mais pessoal – em primeira pessoa e retratando as experiências que precederam sua criação. Em 8 de outubro de 1963, Cooke e membros de sua equipe foram presos em Shreveport, Louisiana, por perturbar a paz depois de terem tentado se registrar em um hotel para brancos – um incidente refletido no terceiro verso da canção. E o pesar de Cooke por seu filho de 18 meses, Vincent, que havia se afogado naquele junho, ressoava no último verso. Em 11 de dezembro de 1964, um ano depois da gravação, Cooke levou um tiro fatal em um motel de Los Angeles. Duas semanas mais tarde, “A Change Is Gonna Come” foi lançada, transformando-se em sua declaração de adeus e um hino do movimento pelos direitos civis.
13 - Yesterday - The Beatles (1965)
A mais famosa balada de Paul Mccartney mantém para si o recorde de música mais gravada de todos os tempos na era do rock. Sete anos depois de seu lançamento, havia 1.186 versões, feitas por artistas tão variados quanto Frank Sinatra, Otis Redding e Willie Nelson. Mas a versão original de McCartney – gravada em 14 de junho de 1965, no estúdio Abbey Road, da EMI, em Londres – permanece como a mais bela e ousada de todas: um poema franco sobre arrependimento, composto e cantado com assustadora elegância. Não há nenhum outro beatle na gravação. Não foi preciso. O arranjo de George Martin para um quarteto de cordas enfatizou a melancolia da oitava mais baixa, enquanto o vocal quase sussurrado de McCartney reverberou com anseio nos grandes e sombrios espaços onde a bateria e guitarras elétricas deveriam estar. (...) Chegou à posição de número 1 nos Estados Unidos e Inglaterra, “Yesterday” era,nas palavras do próprio McCartney, “a música mais completa que já compus.”
14 - Blowin' In The Wind - Bob Dylan (1963)
Em abril de 1962, no Gerde’s Folk City, em Greenwich Village, em Nova York, Bob Dylan aos 20 anos, fez um breve discurso antes de tocar uma de suas novas músicas: “Isto aqui não é nenhuma canção de protesto ou qualquer coisa parecida, porque eu não escrevo músicas de protesto”, ele disse. E então cantou o primeiro e o terceiro versos da ainda inacabada “Blowin in the Wind”. Publicada por inteiro em um mês depois no jornal folk Broadside e gravada em 9 de julho de 1962, para seu segundo álbum, The Freewheelin’ Bob Dylan, “Blowin’ in the Wind” foi a primeira composição importante de Dylan. É também a mais famosa canção de protesto já escrita.
15 - London Calling - The Clash (1979)
Assim nomeada por causa da chamada das transmissões do World Services da BBC – o título do terceiro álbum do Clash, era um SOS vindo do coração das trevas. Quando gravou a música, o Clash – a banda punk britânica mais política e inflexível – estava sem empresário e endividada. O Reino Unido sufocava na crise: desemprego, conflito racial, uso de drogas. “Sentimos que estávamos prestes a cair em algum abismo. E não havia ninguém para nos ajudar”, disse Joe Strummer.
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